Lançado há três anos nos Estados
Unidos, The
zombie survival guide chegou
recentemente ao Brasil pela editora Rocco. Valeu a espera. O livro, batizado por aqui O guia de sobrevivência a
Zumbis - Proteção total contra os mortos-vivos, é
um dos mais curiosos e divertidos lançamentos do ano.
Escrito pelo roteirista do Saturday Night Live Max
Brooks (o sobrenome não é coincidência, ele é
filho do gênio Mel), o texto discorre com cínica seriedade sobre a ameaça dos
mortos-vivos e como fazer para preparar-se contra a iminente praga dessas
criaturas. O autor usa uma linguagem técnica, porém totalmente acessível, para
esmiuçar todos os aspectos da "zumbinidade" aos preocupados leitores,
desde táticas de defesa e armas mais efetivas até a misteriosa morfologia
zumbi, passando pela psicologia e comportamento dos mortos-vivos. Há ainda
pérolas como o capítulo que ensina a preparar a casa contra um longo cerco dos
mórbidos seres.
Tudo isso, é claro, baseado na ficção -
especialmente nos filmes de George A. Romero
-, mas com a crítica social que geralmente é atrelada ao gênero. A paranóia
anti-terrorista estadunidense é facilmente notada em diversos trechos, bem como a
incapacidade de entender as motivações alheias - eles nos atacam, mas quem são
eles, por que nos atacam?
Ao apontar seus holofotes sobre cantos
escuros pouco explorados dessas criaturas (literal e figurativamente), como a digestão zumbi (!),
Brooks também é bem-sucedido na criação de um poço de idéias para futuras
produções do gênero. Não por acaso, o livro gerado a partir deste - World War Z: An Oral History
of the Zombie War, uma compilação de relatos da grande
guerra dos humanos contra os mortos -, entrou na mira de Hollywood antes mesmo
de seu lançamento. A Paramount Pictures adquiriu há alguns meses os direitos de
filmagem, com produção de Brad Pitt através de sua empresa Plan B.
Alguns trechos do Guia,
porém, se estendem demais, como as diferenças entre os zumbis gerados a partir
do vodu e os zumbis "naturais", infectados com o Solanum (o
vírus que reanima a carne, grande contribuição "científica" de Brooks
à ficção zumbi), mas nada que não possa ser pulado. Afinal, trata-se de um guia
prático, técnico até, que dispensa a leitura linear de um romance. Não que o
Omelete recomende uma leitura leviana do texto. Longe disso. Afinal, pular um
capítulo pode significar apuros no futuro. Ou de que outra maneira você saberia
que um zumbi vodu tem medo de fogo e um zumbi infectado não? Todo cuidado é
pouco e conhecer seu inimigo é necessário.
Aliás, caso você esteja precisando
imediatamente de auxílio, confira abaixo as dez principais dicas desse
indispensável volume e coloque-as em prática agora! Não queremos perder leitores.
·
Organize-se
antes que eles despertem!
·
Eles não
sentem medo. Por que você deveria?
·
Use sua
cabeça: corte a deles.
·
Lâminas
não precisam ser recarregadas.
·
Proteção
ideal: roupas apertadas, cabelos curtos.
·
Suba a
escada, mas destrua ela depois.
·
Saia do
carro, suba na moto.
·
Mantenha-se
em movimento, fique escondido, fique quieto, fique alerta!
·
Nenhum
lugar é seguro, apenas ainda mais seguro.
·
O zumbi
pode ter ido embora, mas a ameaça permanece.
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